O Aprendizado Nos Momentos Espontâneos

Quando um grupo se encontra na intenção de realizar um rito, os ouvidos dos participantes devem se abrir para as mensagens do mundo espiritual. Foi assim que aprendi com os meus anos de vivência cabalística. Não importa se o ritual é mal feito, se as pessoas não sabem cantar as canções em hebraico, se são desafinados, se perdem a concentração facilmente ou se não entendem sua simbologia com profundidade. O fato é que, quando há uma reunião de pessoas na intenção artística e devocional de estabelecer contato com Deus, o Mundo Infinito se mostra.
 
Aprendi também que “vibrar coletivamente” é um modo de estabelecer potência nessa comunicação. No instante em que nos reunimos, o indivíduo cessa a sua visão particular, e dá lugar ao indivíduo integrado ao todo. Esse é um dos motivos pelo qual começamos os rituais dizendo: Hinê matov umanaim shevet achim gam yachad! (Eis, que bom, que agradável, habitar, irmãos, unidos assim!). Nos momentos iniciais do rito, nos dedicamos em dar atenção ao que nos une (o essencial) e não ao que nos separa.
 
Costumamos crer que as mensagens dos anjos chegarão até nós mediante uma música bem cantada, ou através de uma meditação profunda, mas, o que esses anos de experiência me mostra, é que os momentos espontâneos nos ritos, são carregados de mensagens. Tenho percebido o quanto um comentário feito por um participante está repleto de ensinamento. Na nossa visão comum e limitada, um comentário durante um ritual é inadmissível, pois está atrapalhando a nossa concentração, mas, sob a luz de um outro olhar, podemos ver o quanto os anjos se utilizam desses momentos para expressar Sabedoria. Vou exemplificar com um fato real que ocorreu há alguns meses.
 
No momento final dos encontros de Lua Nova (Rósh Chódesh), realizamos um oráculo. Consiste em retirar uma letra hebraica de um saquinho que vai passando de mão em mão por todos os participantes. Isso é um indicativo da energia que a pessoa deve trabalhar ao longo da lunação, uma vez que cada letra hebraica expressa uma qualidade energética. Nesse contexto, um partcipante retirou a Letra Pei, que expressa o sentido da Liberdade. Tirou suas dúvidas comigo a cerca disso e perguntou se poderia ficar com a letra, que por sinal todas são lindas, gravadas em couro. Naquele instante, eu perguntei: O que é essencial? A letra Pei ou a Liberdade? O participante, reconhecendo onde eu queria chegar, respondeu: a Liberdade! Em seguida, eu disse: Então você não precisa da Letra Pei!
 
Esse é um típico exemplo de que o aprendizado (Lemidá) pode vir dos momentos aparentemente mais ordinários, como um aluno, pedindo para ficar com a letra, em vez de um êxtase místico proporcionado por um mantra sagrado. O Sagrado se revela aonde estivermos abertos para ouvir.
 
Força, Cura e Inspiração,
Pablo Zahav

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