Por Jorge Damas
Psicólogo parceiro da Aglae
O sábio hindu Mahatma Gandhi, bastante conhecido pela arte de saber negociar em situações de conflito, costumava dizer que a verdade é dura como um diamante e macia como a flor de um pessegueiro.
Dessa forma, a palavra sincera e verdadeira pode, de fato, ferir ou ser acolhida pelo nosso interlocutor. Tudo depende da nossa capacidade de percepção e carga de sentimento no envolvimento situacional.
Então, não adianta pré-anunciar: “me perdoa, mas eu sou sincero!” E, em seguida, disparar os petardos que podem machucar e energizar o conflito.
Jesus exemplificou o trato da linguagem articulada, pois a multidão ficava estupefata com “a graça das palavras” que brotavam dos seus lábios.
Se cada um é um mundo próprio com colorido diferente, é evidente que só compreendemos o que a nossa zona de lucidez é capaz de alcançar. Fora desta ambiência luminosa há cegueira e, por esse motivo, existe a dificuldade de entendimento e aceitação.
Mas, e o império da verdade? Não é ela fonte de liberdade? Que é a verdade? Ela existe? Quem é proprietário da verdade? Será que a nossa verdade não nos aprisiona, também?
A experiência humana reconhece que não há no trato humano melhor força que o amor. O amor não destrói o outro, unifica. Não envergonha, abraça. Não machuca, consola. Não diminui, eleva.
O amor não é desprezo da sinceridade nem da verdade, é atitude psicológica sadia. É instrumento pedagógico, porque transforma. É força de integração social, porque acolhe.
Este artigo foi publicado na seção Pensando o comportamento, na terceira edição do jornal Aglae com Você, válida pelos meses de maio e junho de 2016.