Movimento "Deixei Para Trás" propõe reflexão sobre projetos passados que nos sentimos forçados a abandonar

Por Luciana Lino
Colaboradora da Aglae

Pensar no passado é uma tarefa difícil, especialmente quando existem arrependimentos pelo que não fizemos. Falar sobre o assunto ainda é um tabu para muita gente, mas uma campanha movimentou as redes sociais nos últimos dias e fez com que homens e mulheres desabafassem sobre o que não puderam realizar.

A campanha “Deixei Para Trás” é uma ação de marketing de uma seguradora, mas seu propósito é maior. Com a premissa de perguntar às pessoas quais sonhos elas deixaram para trás por se preocuparem com o futuro, a ideia é refletir sobre o quanto nossas ações no presente têm como consequência marcas que ficam por uma vida inteira.

O movimento contou com ações virtuais, com a hashtag #DeixeiParaTrás disseminada no Facebook, Twitter e Instagram, e físicas, como um painel no Largo da Carioca, no Centro do Rio, para que as pessoas pudessem escrever quais dos seus sonhos não foram realizados.

Crédito: Luciana Lino
Crédito: Luciana Lino

A campanha despertou a curiosidade e a identificação da estudante de Direito Raquel Lopes, de 21 anos.

- Deixei para trás a ideia de trabalhar com crianças e reabilitação de jovens por ouvir constantemente que eu precisava me estabilizar financeiramente primeiro. Logo depois, também abandonei a ideia de construir uma rede de ajuda para garotas que sofrem violência de gênero, mas, dessa vez, foi por ter de equilibrar nove matérias para conseguir me formar dentro dos cinco anos previstos - conta a jovem.

A oportunidade de relembrar momentos de sua vida em que precisou abrir mão de propósitos devido à vida acadêmica e à busca pela estabilidade material levaram Raquel a pensar no assunto.

- Sempre achei muito contraditória a ideia de deixar para trás histórias que tinham potencial para me deixar feliz. Mas é o que a gente faz, não é? - pondera. Além dos sonhos de Raquel, outras pessoas relataram, no painel, ter deixado para trás casamentos, carreiras e vontades.

Crédito: Luciana Lino
Crédito: Luciana Lino

Nas redes sociais, a campanha teve grande alcance. Com a viralização da hashtag #DeixeiParaTrás, os interessados compartilharam não somente quais sonhos nunca se realizaram, mas também coisas negativas que ficaram no passado e que melhoraram o seu presente, o que deu um tom mais ameno ao movimento.

A atriz Sthefany Brito compartilhou, no Instagram, uma foto sua no palco do programa “Domingão do Faustão”, da Rede Globo, antes de se apresentar no quadro “Dança dos Famosos”. Na legenda, ela relembra o medo que sentiu no início de suas apresentações de dança, mas que ultrapassá-lo foi fundamental para seu desenvolvimento:

- Lembro que no começo dos ensaios (...), morri de medo e só pensava que não iria conseguir fazer! (...) Até hoje não acredito muito que consegui fazer tudo isso, mas #deixeiparatrás o medo e hoje cada vez que assisto, fico super orgulhosa de mim mesma - conta Sthefany, em postagem que pode ser conferida no link https://www.instagram.com/p/BLcKbrEjKMs/.

Independentemente da forma como a campanha foi concebida ou de seu propósito inicial, o “Deixei Para Trás” chamou a atenção por, de alguma forma, ajudar as pessoas a refletirem sobre suas vidas e sobre quais são os impactos de suas ações no dia a dia, de forma que elas possam aprender com os erros e evoluírem.

Apesar se tratar de uma ação de marketing, a proposta tocou as pessoas e agregou à vida delas um momento de reflexão. Raquel, por exemplo, aprovou a iniciativa do movimento.

- Ela (a campanha) me fez enxergar em perspectiva como as pessoas - e eu me incluo nisso - deixam de correr atrás de sonhos por não serem incentivadas. Talvez se a gente entendesse que a hora é agora, ou seja, que temos que aceitar essas conexões únicas e correr atrás do que realmente vai nos dar paz um dia, os impedimentos de hoje sumissem amanhã.

Se interessou pela ideia? Confira mais no site da ação: www.deixeiparatras.com.br.

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